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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Ratos de Porão – “Brasil” (1989)




“Em ‘Brasil’ a gente fala mal do país o tempo inteiro,
desde a capa até a última música.
Esse disco marcou uma época para nós (...)
Também fizemos uma versão em inglês desse álbum,
mas ficou uma bosta.
Mas era uma bosta bem produzida (risos).”
João Gordo

“Eu comecei a perceber essa aproximação
quando ia na Galeria do Rock e via
os moleques metaleiros com camiseta do Ratos de Porão
e LP’s de hardcore debaixo do braço.
Foi nessa época que começaram
a me chamar de ‘traidor do movimento’,
coisa que só parou quando
eu assumi que sou traidor mesmo.
De movimento que é só baixaria e briga,
sou traidor mesmo.”
João Gordo


Veja bem! Lá por meados dos anos 80, mais especificamente 89, eu vinha ouvindo bastante hardcore. Eu curtia muitas bandas nacionais, mas uma em especial uma sempre me chamou a atenção: Ratos de Porão ou RDP. Para nós fãs, banda conhecida mundialmente pela sua pegada agressiva e letras de cunho político-social, isso sem contar os riffs únicos de seu guitarrista João Carlos (Jão) e a figura por muitos odiada e por outros amada de João Gordo. E é desses caras que venho falar hoje, mais especificamente sobre um álbum que fez com que meu conceito musical mudasse significativamente tanto na percepção quanto artisticamente. Trata-se de “Brasil”, LP lançado pertinentemente numa época na qual o país passava por uma fase quase que como a de hoje: crise política financeira engatinhando, numa democracia maquiada, etc.

Lançado em 1989, esse disco pra mim é sem dúvida o melhor disco da RDP, de uma época em que eles andavam extremamente entrosados e com muito assunto relevante para por pra fora. Gravado em Berlim, “Brasil” foi lançado pela gravadora Roadrunner. Nele, os caras tiraram uma sonoridade monstra. Apesar das peripécias e drogas pelo decorrer do percurso (hehehe), conseguiram dar à luz o que seria um divisor de águas e um ponto final naquela velha máxima de traidores do movimento, pois definitivamente aqueles punks escrachos da periferia cravaram de vez sua bandeira no cenário crossover mundial, abrindo a partir dali portas de extrema importância para sua carreira.

Produzido por Arris Johns, foi lançado em dois idiomas, em inglês e em português, e tendo como a cereja do bolo a mais que perfeita ilustração para essa obra assinada pelo cartunista Marcatti. Além dos já citados Gordo e Jão, Jabá, no baixo, e Spaghetti, bateria, completam a banda, que teria para as gravações a participação de David Pollack e Archi (ambos da banda Happy Hour) e Frank Preece (da Exumer) nos vocais de apoio.

“Brasil”, o disco, é o melhor Brasil tipo exportação.
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FAIXAS:

Português
  1. "Amazônia Nunca Mais" - 1:54
  2. "Retrocesso" - 1:34
  3. "Aids, Pop, Repressão" - 1:18
  4. "Lei Do Silêncio" - 2:14
  5. "S.O.S. País Falido" - 1:27
  6. "Gil Goma" - 0:43
  7. "Beber Até Morrer" - 2:19
  8. "Plano Furado II" - 1:35
  9. "Heroína Suicida" - 2:16
  10. "Crianças Sem Futuro" - 1:41
  11. "Farsa Nacionalista" - 2:30
  12. "Traidor" - 0:50
  13. "Porcos Sanguinários" - 1:51
  14. "Vida Animal" - 1:28
  15. "O Fim" - 0:59
  16. "Máquina Militar" - 1:57
  17. "Terra Do Carnaval" - 2:14
  18. "Herança" - 1:53
Inglês
1.       "Amazon Never More" - 1:54
2.       "Backwards" - 1:34
3.       "Aids, Pop, Repression" - 1:18
4.       "Law Of The Silence" - 2:14
5.       "S.O.S. Broken Country" - 1:27
6.       "Gil Coma" - 0:43
7.       "Drink' Till You Die" - 2:19
8.       "Fucked Plan II" - 1:35
9.       "Suicide Heroin" - 2:16
10.   "Children Without Future" - 1:41
11.   "Nationalist Farse" - 2:30
12.   "Traitor" - 0:50
13.   "Bloody Pigs" - 1:51
14.   "Animal Life" - 1:28
15.   "The End" - 0:59
16.   "Military Machine" - 1:57
17.   "Land Of Carnival" - 2:14
18.   "Will I Receive My Heritage?" - 1:53

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OUÇA O DISCO


  

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