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segunda-feira, 20 de abril de 2015

"O Jogo da Imitação", de Morten Tyldum (2014)



Um filme que é comum mas ao mesmo tempo incrível. É uma obra daquelas feita sob encomenda para agradar o grande público (no que não vejo defeito), e acerta em cheio, consegue agradar quem gosta de cinema e quem apenas quer se entreter durante duas horas.
"O Jogo da Imitação' conta a história de Alan Turing (Benedict Cumberbatch), um matemático que se voluntaria para ajudar o exército britânico a vencer a segunda guerra. Seu trabalho é desvendar o funcionamento da Enigma, máquina que os nazistas utilizavam para enviar seus códigos de ataque. Alan Turing cria uma máquina capaz de decifrar esses difíceis códigos, máquina esta, que viria a se transformar nos computadores de hoje. Mas após a guerra, ele é preso e condenado à castração química por homossexualismo, algo que era crime na época.
Alan Turing e sua equipe
tentando desvendar a máquina Enigma
Alan Turing já foi uma pessoa fantástica, sendo interpretado por Benedict Cumberbatch, se torna fascinante. Uma interpretação magistral, ele abusa das caretas, dos trejeitos, mas isso não atrapalha o filme, muito pelo contrario, até porque, quem conhece o ator sabe desta sua característica teatral, de entrega total ao personagem. Não fica um homossexual exagerado, estereotipado, o que aí sim seria um erro (pois não se encaixaria com o perfil de Turing). Benedict se sobressai perante os outros atores, rouba a cena, e brilha o filme todo. Consegue ir do cômico (como a cena que entrega maçãs para os colegas) ao trágico (seu final e sofrimento com o tratamento químico) sem sair do personagem, uma merecida indicação ao Oscar para ele, que desta vez não levou, mas futuramente deve levar uma estatueta.
O sofrimento com o tratamento
Se o filme tem um ponto negativo, é o fato da história ser contada por flashbacks. O filme relata três momentos da vida de Turing, seu primeiro amor (talvez único) no colégio, seu trabalho durante a guerra, o desenvolvendo sua máquina, e o pós-guerra, a sua condenação por imoralidade. Devido a estes constantes flashbacks a história fica meio confusa, não é difícil se perder neste vai e vem que a equipe de montagem fez. Outro aspecto que o filme, no meu ponto vista, não vai muito bem, é a falta de força dos personagens coadjuvantes, nenhum deles tem muita importância, tirando Joan Clarke (Keira Knightley) que se torna sua melhor amiga, o restante é pouco explorado. Temos a subtrama de um espião em sua equipe, mas que rapidamente é deixada de lado.
O resultado final de "O Jogo da Imitação" é positivo, apesar de ser mais uma biografia (gênero de muita força no cinema atual), e ter lá seus clichês, como a frase de impacto que é repetida diversas vezes ao longo do filme, “Às vezes, as pessoas que menos esperamos podem fazer as coisas mais inacreditáveis”, mas o roteiro é bem escrito, nos mostra como Alan Turing enxergava as relações humanas, e como foi julgado cruelmente por sua sexualidade, somado a uma atuação monstro de um ator acima da media, fazem deste filme um destaque do ano que passou. E o filme aborda o tema do homossexualismo, um assunto que ainda (infelizmente) é polemico, e o faz de uma maneira que nos leva a refletir, e pensarmos, vamos ser nós mesmos, sem medos, assumindo os riscos, e não vamos julgar os outros, ele claramente tenta passar essa mensagem utilizando a história de vida de Alan Turing, que é perfeita para isso. Vou torcer para que você receba bem a mensagem, assim como com certeza vai receber bem o filme!


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