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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

cotidianas #338 - Soneto Efêmero



Meninos, eu vi tudo que queria
com olhos que essa terra há de comer.
Vi pés de todo tipo, até perder
de vista o que me dava essa alegria.
Já cego, minha língua suja lia
em Braile a sola onde eu ia lamber;
 a mesma terra ali vim a comer
enquanto a molecada toda ria.
Se somos pó e ao pó retornaremos,
andei meio caminho já na vida.
Até o cosmo é poeira, hoje sabemos.
No tênis dum moleque uma lambida
é mais que tudo aquilo que já lemos,
lembrança que jamais será esquecida.

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"Soneto Efêmero"
Glauco Matoso

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