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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

cotidianas #333 - O Pagamento



A campainha tocara.
Foi até a porta e abriu a porta direto, sem se dar ao trabalho de espiar no olho-mágico.
- Ah, é você. Já imaginava... Entra – indicou o interior demonstrando alguma contrariedade.
O homem de paletó e gravata entrou e por um momento parecer ficar um tanto perdido, um tanto sem ação, sem saber qual a próxima ação, no que foi socorrido pela providência da mulher que lhe abrira a porta.
- Então vamos com isso. Se é pra ser é pra ser. Onde é que você quer? Como é que vai ser?
Ele então, percebendo que ela lhe entregara o controle da situação, não hesitou:
- Ali – disse apontando um aparador de madeira no lado oposto da sala- Vai até lá, se apóia ali.
Ela obedeceu. Caminhou até o móvel, apoiou nele as duas mãos, inclinou-se levemente e visivelmente pouco à vontade separou um pouco as pernas.
- empina mais essa bunda, vai – exigiu o homem agora já totalmente auto-confiante.
Ela o fez.
- Ele então desafivelou o cinto, aproximou-se dela, encostou-se às suas costas quase a empurrando. Levantou a leve saia branca que cobria aquela bela mulher, abaixou sua calcinha com uma mão enquanto com a outra sacava o pau de dentro da calça, e começou a penetrá-la.
Meteu.
Meteu com vontade, com prazer.
Era uma bela mulher.
Ela que no início parecia constrangida, parecendo estar apenas cumprindo uma tarefa, mesmo sem querer aos poucos foi sentindo alguma coisa. Sim, sentia. Não queria mas tinha que admitir que sentia prazer. Sentia a ponto de em algum momento sussurar baixinho, quase que só para si mesma, quase inaudivelmente, “me fode..., me fode...”.
Ele não ouviu.
Mas continuou fodendo de maneira frenética e selvagem até se desfazer em gozo.
Afastou-se dela quase cambaleante e despencou sentado no sofá que ficava praticamente atrás dele.
Ela abaixou a saia, se recompôs minimamente e perguntou:
- Era isso? Pronto?
Esparramado no sofá, ainda com o pau pra fora, agora flácido, com um sorriso sorrateiro no canto da boca, disse:
- Não estou satisfeito ainda. Eu quero mais.
Fingindo uma ponta de indignação, pois naquele momento ela também queria mais, suspirou longo e alto.
- Aqui mesmo?
- Não. Agora eu quero no quarto.
- Se não tem jeito... Vamos então.
E seguiram para o quarto e repetiram o ato com a mesma intensidade da primeira vez, com ela novamente tentando não demonstrar o quanto também estava gostando daquilo tudo.
Por fim, ele deu-se por satisfeito. Vestiu-se, apertou o nó da gravata e na saída, na porta da sala, voltou a mostrar-se embaraçado.
- Bom, acho que... não sei o que dizer. Bom, é tchau, então. Obrigado. Foi muito bom.
Ao que ela não respondeu.
Ele não vendo resposta ou reação, virou as costas um tanto sem jeito e se retirou.
Ela fechou a porta e sentou-se no sofá da sala com um misto de vergonha e prazer.
Não demorou quase nada para ouvir um barulho na porta. Era alguém girando a chave. A porta se abriu. Ela virou-se para olhar mesmo tendo certeza de quem era. Era o marido.
Cabisbaixo, envergonhado, sequer conseguia encarar a esposa.
Ela então levantou-se, foi na direção dele ainda estático no hall de entrada, e parou à sua frente.
- Toma – disse depositando a calcinha em sua mão - Tua dívida tá paga. Agora, vê se não se mete em outra merda dessas que eu não vou salvar a tua pele de novo - completou saindo para o quarto.
Ele foi até o sofá e sentou-se. Abaixou a cabeça quase entre os joelhos, levou a mão à cabeça, passando os dedos por entre os cabelos e chorou como um menino.




Cly Reis

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