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quinta-feira, 10 de abril de 2014

MGMT - "Oracular Spectacular" (2007)



"Nós não estávamos tentando montar uma banda.
Nós queríamos mostrar a música que gostamos"
Benjamin Goldwasser,
tecladista e guitarrista da banda


O século XXI, musicalmente, devo dizer, que não me entusiasma, absolutamente. De tanto em tanto surgem alguns bons nomes, algumas grandes canções, alguma promessa, mas poucas bandas e artistas que mantenham uma discografia coesa e uma obra regular, e por conseguinte, temos poucos grandes álbuns nestes últimos tempos. Mas de vez em quando aparece um que chama a atenção e é o caso do MGMT, com seu "Oracular Spectacular" de 2007, um dos melhores álbuns que pintaram por aí nos últimos anos, sem que, no entanto, a banda tenha conseguido manter um trabalho do mesmo nível nos discos seguintes, o que só confirma a infeliz tendência desses novos tempos.
Mesmo com uma proposta ousada de pop, rock, indie, folk, psicoldelismo, eletrônico, a dupla americana conseguiu um produto final absolutamente coerente e equilibrado, proporcionado uma audição ao mesmo tempo saborosa, intrigante e estimulante. A primeira faixa do disco e primeira música de trabalho do grupo, "Time to Pretend" já impressiona com sua introdução eletrônica, sua bateria pesada, seu vocal doce quase frágil e seu ar hyppie-hi tech. "Weekend Wars " que a segue sai de uma forma acústica, vai agregando elementos até virar uma espécia de celabração no final; "The Youth", um grito juvenil de libertação, é cantada leve e docemente envolta em ecos e efeitos; "Electric Feel", outra das grandes do álbum é uma disco-soul carregada da mais pura psicodelia; e  a ótima "Kids" é um pop altamente dançável e cativante.
A hare-khrishna, "4yh. Dimensional Transition" é bem voltada para a percussão ; "Pieces of What" um folk quase todo acústico que ganha teclados viajantes no final; e "Of Moons, Birds and Monsters" é um rock mutante lisérgico que finaliza com um solo de guitarra melancólico .
A excelente "The Handshake", mais uma das que merece destaque especial, com sua estrutura variável cheia de nuances; e "Future Reflections" fecha o disco com competência, sendo que, em algumas edições, ainda lá adiante, depois de um longo tempo de silêncio, a faixa oculta "Shagaraga Feelings".
Infelizmente depois de sua brilhante estreia, o MGMT achou que fosse os Beatles, os Beach Boys, o Pink Floyd ou algo parecido e lançaram um álbum extremamente pretensioso, insosso e chato, mas ai já era tarde, já tinham garantido seu lugar na história com um dos melhores discos deste início de século XXI.
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FAIXAS:
  1. "Time to Pretend" – 4:21
  2. "Weekend Wars" – 4:12
  3. "The Youth" – 3:48
  4. "Electric Feel" – 3:49
  5. "Kids" – 5:02
  6. "4th Dimensional Transition" – 3:58
  7. "Pieces of What" – 2:43
  8. "Of Moons, Birds & Monsters" – 4:46
  9. "The Handshake" – 3:39
  10. "Future Reflections" – 4:00
  11. "Shagaraga Feelings" (Hidden Track) - 9:34
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Ouça:

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