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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

cotidianas #179 - Boca Suja




Te quero dizendo
As piores baixarias
Palavras de baixo calão
Da mais alta linguagem

Enche a boca pra falar
Nuanças da fala
Falas nuas de qualquer etimologia
Grosserias, tabuísmos
Diz
E dá um tapa nos beiços
Fingindo espanto
Com um sorriso de malícia por trás

Licencia-se a soltar tudo o que há de mais licencioso
Figuras de estilos pornográficas de tão estapafúrdias ao ouvido:
Zeugmas, anacolutos, prosopopeias, antonomásias
epizeuxes
Meta dentro metáfora

Te desnuda e desboca
Deixa vir o clímax, te entrega
Dá-te prazer na ponta da língua
Com palavras lambuzadas de deleite
E saboreia uma por uma
Viscosas e doces

Pois quando sai de ti
Palavrão não é nome feio:
É palavra grande
Que entope de gozo
A tua boca suja


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